Em julho desse ano tomei a decisão mais difícil e demorada da minha vida, e após conversar com tantos amigos e mentorados para explicar como foi esse processo, decidi compartilhar aqui no intuito de ajudar mais pessoas com histórias parecidas.
Eu sempre tive o sonho de empreender e ter orgulho do meu trabalho. Quando comecei na faculdade, não sabia o que eu faria, mas sabia que seria algo relacionado ao empreendedorismo. Na minha jornada profissional, passei por empresa júnior (experiência que abriu minha cabeça), multinacionais (experiências positivas mas que eu não me identifiquei totalmente) e startup (experiência que mudou minha vida).
Fazer parte de uma startup, em expansão, com pessoas incríveis e com brilho nos olhos para mudar um mercado arcaico, foi uma explosão de adrenalina. O sentimento era literalmente de estar jogando uma final de copa do mundo todos os dias. E eu amava isso!
Sem dúvidas, essa foi a experiência mais rica e incrível que eu já tive na vida. Tanto que eu sempre tive o maior orgulho de dizer que havia sido estagiária nas outras empresas e que felizmente eu só teria uma empresa na minha carteira de trabalho: a que eu seria sócia e passaria o resto da minha vida nela. Golaço!
A verdade é que os últimos 5 anos foram incríveis! Eu pude conhecer e desenvolver projetos com os melhores profissionais que já conheci na vida, viajei para 12 estados diferentes para conduzir treinamentos e ajudar na expansão da empresa, fui promovida 5 vezes, liderei equipes pela primeira vez, virei líder de líder, empreendi na evolução do nosso programa de seleção e desenvolvimento de líderes no Brasil e fui muito feliz fazendo tudo isso! Sempre inspirada pelos melhores profissionais, que também eram pessoas com um coração incrível! No último semestre, junto com o melhor time de Educação que já conheci, fizemos as melhores entregas nos programas de liderança! Eu estava na área que eu mais me identificava, com os profissionais mais barra alta, contribuindo no maior programa de liderança da empresa, e tendo feedbacks muito positivos sobre performance e cultura. Golaço de novo!
Mas, ainda assim, eu pedi demissão em julho deste ano. E, é esse processo decisório que quero compartilhar com você.
Apesar de estar vivendo um momento muito feliz na empresa, eu comecei a sentir falta de um ponto. Para mim, existem alguns critérios inegociáveis que sempre ponderei na construção da minha carreira, e vou compartilhá-los com você porque acredito que são fundamentais para todos:
- Alinhamento com a cultura da empresa;
- Oportunidade de desenvolvimento profissional;
- Perspectiva de crescimento (que é diferente de plano de carreira);
- Valorização e reconhecimento;
- Alinhamento com os meus objetivos e sonhos de médio e longo prazo.
Todos esses pontos eu sempre dei check com excelência na empresa que eu estava, mas ao longo que fui amadurecendo, meus sonhos foram mudando.. E, em um momento, comecei a sentir que eu já não me encaixava naquele lugar. Por mais que eu me identificasse com o ambiente, com os desafios, com o time, eu sentia que a minha missão estava cumprida, a empresa estava muito grande, com muita gente boa, processos rodando bem e que eu deveria partir para outro desafio, algo totalmente novo, de novo, igual quando entrei na empresa em 2017.
Foi difícil entender esse processo. Tomei a decisão de sair em 2021, mas conversando com líderes que eu admirava muito na empresa (e que indiretamente viraram grandes mentores na minha trajetória) decidi apenas sair em 2022, após entregar o melhor programa de formação de líderes. Por um tempo, percebi que eu já não estava na empresa por mim, mas porque eu admirava tanto aquelas pessoas que não queria decepcioná-las ao dizer que eu iria sair. Mas o autoconhecimento me ajudou a ter coragem de seguir o meu novo sonho, e, felizmente, eu tive muito apoio das pessoas queridas que conheci nessa jornada.
Apesar de difícil e demorada, tomei essa decisão com muita consciência de que estava fazendo o melhor por mim. E isso só foi possível porque me coloquei como prioridade. Quando amamos a empresa que trabalhamos, é fácil deixar de lado os nossos sonhos se eles não estão alinhados com o negócio naquele momento. No curto prazo, o mais confortável seria continuar fazendo o que eu fazia. No médio e longo prazo, eu sabia que continuar naquele lugar, mesmo que promissor, não me deixaria mais próxima dos meus objetivos.
Eu fui muito feliz nos últimos 5 anos, e eu tenho um amor, admiração e gratidão gigantescos pela empresa que confiou em mim, me desenvolveu e me deu tanto espaço para empreender lá dentro. Apesar de não ser sócia, sempre fui dona da empresa, e isso me trouxe muita felicidade ao longo dessa jornada, que relembro com muito orgulho.
Se você está vivenciando um dilema interno semelhante, recomendo que você reflita sobre o que é importante para você e converse com pessoas que você confia, com os seus mentores, com as pessoas que você admira e sabe que genuinamente querem o seu bem. Se quiser, pode me mandar uma mensagem também! Meu objetivo é ajudar mais pessoas a serem felizes e realizadas com seu trabalho, e vou ter prazer em te ajudar!
Espero que você esteja vivendo os seus sonhos, se divertindo na jornada e se aproximando cada vez mais dos seus objetivos. E que você esteja finalizando essa semana com muito orgulho da trajetória que está construindo.